De acordo com Henrique Pereira, membro do comitê técnico da SAE Brasil, a afirmação é correta, sim, e pode ser a recomendação de alguns mecânicos ao constatar resquícios de sujeira derivada do uso de combustível batizado no conjunto de peças do motor do automóvel.
Pereira explica que o grande problema da gasolina e do etanol adulterados é que a queima dentro da câmera de combustão não é feita da forma adequada, deixando uma série de resíduos no reservatório e no sistema, que formam depósitos. Com o tempo, toda essa sujeira começa a prejudicar o funcionamento do motor. “Por ser um excelente detergente, o etanol pode ajudar a limpar o sistema, principalmente válvulas e injetores”, diz o especialista, lembrando que a gasolina aditivada possui a mesma função e pode ser aplicada com o mesmo fundamento. O engenheiro mecânico também explica que mesmo a gasolina comum de procedência confiável costuma deixar uma borra. “A gasolina sempre deixa um detrito no sistema que o etanol consegue limpar.” Por isso, Pereira recomenda aos proprietários de carros bicombustíveis que costumam abastecer sempre com gasolina optar pelo derivado da cana-de-açúcar (ou gasolina aditivada) com alguma frequência.
Fonte: AutoEsporte