Óleo do motor do meu carro: os diferentes tipos (e 24 mitos)

Óleo do motor do meu carro: os diferentes tipos (e 24 mitos)

O óleo que lubrifica nossos motores tem muitas utilidades. Ele limpa o motor, retirando partículas resultantes do processo de combustão e as mantendo suspensas. Também refrigera o motor, retirando o calor das peças móveis e transferindo esse calor para o sistema de arrefecimento.

E por último e mais importante, o óleo lubrifica o motor, formando uma película entre as peças que se movem, reduzindo bastante o atrito entre elas. Temos basicamente três tipos de óleo. Mineral, sintético e semi-sintético. O mineral é obtido a partir de componentes do petróleo. O óleo sintético é obtido a partir de reações químicas. Já o semi-sintético mistura um pouco de cada.

Existem muitas perguntas que as pessoas se fazem, e muitos mitos instalados no mercado, para os quais temos de prestar a devida atenção. Veja:

1. Como devo escolher o óleo lubrificante para meu carro?
R: Para saber qual é o óleo lubrificante correto para o motor de seu veículo, veja no manual o que diz. Se seu carro for mais velhinho e você não tiver o manual, pode consultar o posto de combustível de sua confiança, uma empresa especializada em troca de óleo na sua cidade ou acessar algum site de entusiastas do seu modelo na internet, e perguntar. O importante é que seja usado um óleo de especificação SAE correta.

2. Qual o nível correto do óleo no carro? Posso rodar acima do nível ou abaixo do nível?
R: Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o nível correto se encontra entre os dois traços e não só no traço superior. Se o óleo fica abaixo do mínimo da vareta, o motor pode ser prejudicado por falta de lubrificação. No entanto, se o óleo fica acima do máximo da vareta, haverá aumento de pressão no cárter, podendo ocorrer vazamento e até ruptura de bielas, além do óleo em excesso ser queimado na câmara de combustão sujando as velas e as válvulas, danificando também o catalisador no sistema de descarga do veículo. Não devemos colocar óleo a mais no carro, no caso de veículos que estão baixando óleo, para “compensar”.

3. Quando devo completar o nível de óleo?
R: Depende. Se seu carro é novo, não existe a necessidade de verificar o nível do óleo com muita frequencia, pode ser a cada 30 dias. Já no caso de carros com mais uso, podemos reduzir isso para 15 dias, e no caso de modelos que estão baixando óleo, uma atenção constante é necessária, ou seja, você deve verificar o nível do óleo constantemente, a cada semana, ou se rodar muito, em até menos tempo do que uma semana. Mas atente-se ao fato de que o óleo usado para completar o nível deve ser da exata especificação do resto do óleo que já foi colocado no motor, para não criar problemas.

4. Óleo bom é aquele que não baixa o nível e não precisa de reposição. Isto é verdade?
R: Baixar o nível ou não depende mais de como o motor de seu carro está do que do óleo que está sendo usado. Inclusive é normal um pequeno consumo de óleo a cada 1.000 quilômetros rodados, que em alguns carros pode chegar até mesmo a 500 ml.

5. É verdade que o óleo de motor deve ser claro e o óleo de engrenagem escuro?
R: Hoje temos vários tipos de óleo disponível no mercado, e a cor de cada um depende dos materiais usados para o formar. Essa idéia não tem nada a ver.

6. O óleo mais escuro é também mais grosso?
R: Este é outro conceito errado.

7. Por que o óleo de motor fica escuro com o uso?
R: Por causa das partículas que se soltam dentro do motor. Isso é normal.

8. Quando devo trocar o óleo do carro?
R: Isso é outra coisa que você tem que verificar no manual do proprietário. Se você quiser trocar com mais frequencia do que o manual diz, não tem problema, só não pode fazer o contrário.

9. É verdade que o motor deve estar quente na hora de troca de óleo?
R: É bom sim, porque quando o óleo está quente, ele fica mais fino e tem mais facilidade de escorrer.

10. Quanto tempo devo esperar para medir o nível de óleo?
R: Quando paramos o carro é bom esperar pelo menos 5 minutos para ver o nível, para que o óleo escorra de volta para seu reservatório, e a medição não seja mal feita.

11. Posso aumentar o período de troca quando uso óleos sintéticos?
R: Os fabricantes não costumam dizer que você deve trocar com uma certa quilometragem se o óleo for mineral e outra se ele for sintético. Continue seguindo o que diz o manual.

12. O filtro de óleo também deve ser trocado quando trocamos o óleo?
R: Muitos manuais de proprietário especificam um intervalo maior para o filtro do que para o óleo. Mas uma prática que vem sendo feita por todos que gostam de cuidar do seu carro da melhor maneira é trocar o filtro de óleo sempre que se trocar o óleo. O filtro fica sujo por causa das partículas que ficam no óleo, e isso poderia causar danos ao motor. Alguns fabricantes já recomendam a troca do filtro a toda troca de óleo.

Pense em trocar o óleo sem trocar o filtro como você tomar banho e colocar a mesma roupa íntima que estava usando antes.

13. Qual a validade do óleo lubrificante do motor do meu carro?
R: O óleo não tem validade, porém recomenda-se trocar o óleo a cada seis meses, se o carro não rodar muito, como por exemplo nos casos de carros de colecionador, que são muito pouco usados. E também existem muitas pessoas que rodam pouco, como por exemplo 500 quilômetros por mês. Aí é melhor ir pelos seis meses do que pelos 5.000 ou 10.000 quilômetros.

14. Os óleos mais modernos podem ser usados por carros velhos?
R: Sim. Óleo melhor é bom para qualquer tipo de motor. Você pode usar um óleo superior ao que é recomendado para seu carro. O ponto é que a maioria das pessoas não faz isso, pois óleo melhor é óleo mais caro, muitas vezes chegando a 50 reais o litro.

15. Devo adicionar algum aditivo ao óleo para melhorar o desempenho do meu motor?
R: Não há necessidade de adicionar aditivos complementares ao óleo. Você vai estar jogando dinheiro fora, além do problema de que esse aditivo irá comprometer por completo as propriedades do óleo correto a ser usado naquele tipo de motor. A ANP, Agência Nacional de Petróleo, informa que os aditivos não são essenciais.

16. Posso misturar produtos de marcas diferentes?
R: É melhor não. Os óleos automotivos existentes no mercado são compatíveis entre si, não apresentando problemas quanto a misturas, mas o melhor é não usar misturas, para ter o melhor desempenho do seu óleo.

17. Qual a diferença entre o óleo mineral, semi-sintético e sintético? Posso misturar óleo mineral com óleo sintético?
R: Os óleos minerais são obtidos da separação de componentes do petróleo, sendo uma mistura de vários compostos do petróleo. Os óleos sintéticos são obtidos por uma reação química, havendo assim maior controle em sua fabricação, permitindo a obtenção de vários tipos de cadeia molecular, com diferenças características físico-químicas e por isso são produtos mais puros. Não é recomendado misturar óleo mineral com óleo sintético. Se você fizer isso irá prejudicar a eficiência da lubrificação e ter até mesmo problemas mais sérios.

18. O que significam os números (20W/40, 50, etc.) que aparecem nas embalagens de óleo de motor?
R: Estes números correspondem à classificação da SAE (Society of Automotive Engineers), que se baseia na viscosidade dos óleos a 100oC, apresentando duas escalas: uma de baixa temperatura (de 0W até 25W) e outra de alta temperatura (de 20 a 60). A letra “W” significa “Winter” (inverno, em inglês) e ela faz parte do primeiro número, como complemento para identificação. Quanto maior o número, maior a viscosidade, para o óleo suportar maiores temperaturas. Graus menores suportam baixas temperaturas sem se solidificar ou prejudicar a bombeabilidade. Ou seja, se seu carro requer 20W50, você pode usar algum óleo com o primeiro número menor que 20 e o segundo número maior, como 10W60. Mas nunca aproxime os números mais do que o recomendado. Por exemplo, não se pode usar 20W50 em um carro fictício que exige 10W60.

19. Os óleos também tem outra classificação, chamada API, composta de letras, veja o que ela significa:
Este é o grupo que elaborou, em conjunto com a ASTM (American Society for Testing and Materials), especificações que definem níveis de desempenho que os óleos lubrificantes devem atender. Essas especificações funcionam como um guia para a escolha por parte do consumidor. Para carros de passeio, por exemplo, temos os níveis API SL, SJ, SH, SG, etc.. O “S” desta sigla significa Service Station, e a outra letra define o desempenho. O primeiro nível foi o API SA, obsoleto há muito tempo, consistindo em um óleo mineral puro, sem qualquer aditivação. Com a evolução dos motores, os óleos sofreram modificações, através da adição de aditivos, para atender às exigências dos fabricantes dos motores no que se refere à proteção contra desgaste e corrosão, redução de emissões e da formação de depósitos, etc.. Atualmente, o nível API SL é o mais avançado.

Use sempre a letra recomendada pelo manual, ou alguma letra superior, nunca inferior.

20. Posso demorar mais tempo para trocar o óleo? Rodar mais do que a quilometragem recomendada?
Muitas pessoas pensam que se o óleo é para 5.000 km, não tem problema rodar 6.000 km ou 7.000 km com ele, e que isso trará uma certa economia com óleo com o passar do tempo. SErá que é assim mesmo? Fazer isso é muito perigoso e poderá danificar o seu motor. O óleo fica contaminado com o tempo, e também se oxida, ou seja, usar ele por mais tempo poderá levar a uma formação de borra no motor, o que dará prejuízos muito maiores no futuro.

21. Posso completar o nível do óleo ao invés de fazer a troca de óleo?
Não é uma boa idéia. Completar o óleo significa misturar óleo bom com óleo usado, que já está sem suas propriedades protetoras às partes internas do motor. E o problema não é apenas a parte do óleo usado que já não está muito bom. Misturando os dois óleos, novo com usado, resultará em um óleo misto totalmente fora dos padrões necessários para proteger aquele tipo específico de motor.

22. Dá problema deixar pingar óleo no motor?
Apesar do motor ser bem resistente a pingos de óleo em sua parte externa, existem ali junto do motor alguns componentes que podem ser danificados se isso acontecer, como as velas de ignição.

23. O que acontece se eu não fixar o bujão do cárter (parafuso do dreno do motor) corretamente?
Se o bujão não for apertado corretamente, o motor vai ficar vazando óleo. Se por outro lado você apertar demais, vai ficar muito difícil soltar ele na próxima troca de óleo e pode até mesmo acontecer de ele espanar, aí vai ser um problema muito complicado de resolver.

24. A troca de óleo por sucção é boa? Prejudica o motor?
A troca de óleo por sucção tem a vantagem de ser bem mais rápida que a troca normal, levando 5 minutos contra pelo menos 15 minutos da opção convencional. A troca de óleo por sucção não estraga o motor, mas deve ser feita com cuidado somente por empresas realmente especializadas. A sucção pela vareta do nível do óleo não é a melhor opção, pois sempre deixará um pouco de óleo velho no cárter. É melhor fazer a troca por sucção pelo bujão do cárter mesmo.

Além desse cuidado do local da sucção, também é melhor que a troca seja feita com o motor quente, pois assim o óleo estará mais menos viscoso, o que ajudará ele sair mais facilmente. O carro tem que ficar ligado, parado, por 10 minutos antes de retirar o óleo. Só aí já se perde a vantagem do tempo menor da troca de óleo por sucção.

 

Fonte: https://www.noticiasautomotivas.com.br/oleo-do-motor-do-meu-carro-os-diferentes-tipos-e-mitos/